quarta-feira, 23 de março de 2011

A problemática do lixo




        Uma das principais poluições que causam grande degradação do meio ambiente e ameaça o ser humano é o lixo urbano. Poucas cidades dispõem de aterros sanitários apropriados e raríssimas são as que possuem usinas de tratamento. Diante da escassez cada vez maior de locais apropriados para a colocação de lixo, montanhas são geradas diariamente nas cidades.
Esses lixões acumulam lixos de vários lugares, agravando a situação das pessoas. São lixos hospitalares, podendo haver contaminação com agulhas, remédios vencidos que se utilizados poderão causar vários danos a saúde, além de lixos tóxicos como a contaminação de pilhas e baterias que contenham metais pesados como o chumbo, mercúrio e cádmio em seus produtos. Estima-se que cada bateria ou pilha depositada de forma inadequada contamine uma área de um metro quadrado.
Metais pesados como chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos podem provocar graves doenças neurológicas, além de afetar a condição motora. Milhares de pilhas são jogadas nos lixos domésticos de celulares, brinquedos, lanternas, equipamentos eletrônicos e elétricos. Além disso, contaminam rios e lençóis freáticos.

Lixo radioativo:
              



        O lixo radioativo é constituído pelos materiais produzidos pelas usinas nucleares, centros e laboratórios de pesquisas, laboratórios médicos, que não são aproveitados na fabricação dos produtos dessas empresas. Os materiais utilizados são compostos químicos que ao serem descartados causam grandes danos, pois emitem uma alta carga de radioatividade, e sendo expostos ao meio ambiente e as pessoas são responsáveis pela origem de vários efeitos nocivos.
Os rios e lagos são alvos da contaminação de lixos radioativos, que além de poluir a água, podem matar peixes e espécies aquáticas e alterar a biodiversidade da região.A população também é alvo direto, uma vez que, atingida por alta radioatividade, pode contrair câncer, infecções, convulsões e até causar a morte.

Michèle Sato



               Michèle Sato possui graduação em Licenciatura em Ciências Biológicas, mestrado em Filosofia, doutorado em Ciências e pós-doutorado em Educação. Ela possui experiências nacionais e internacionais em temas como sustentabilidade, arte, mitologia e ecologia. 


Tratado de Educação Ambiental:


Genebaldo Freire Dias



                
          Genebaldo Freire Dias nasceu em Pedrinhas, Sergipe, no dia 3 de março de 1949. É Doutor em Ecologia pela Universidade de Brasília (UnB) e trabalha na temática ambiental, especialmente no campo da Educação, firmando-se como uma referência nacional, mantida por seu extenso currículo. Atualmente é professor, pesquisador e diretor do Programa de Mestrado e Doutorado em Planejamento e Gestão Ambiental da Universidade Católica de Brasília (UCB), onde também coordena o Projeto de Educação Ambiental.
Genebaldo já trabalhou como Diretor da Área de Controle de Poluição da Secretaria Extraordinária do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia do DF, Secretário Adjunto da Secretaria de Ecossistemas da SEMA/MINTER, Chefe da Divisão de Educação Ambiental do IBAMA, Diretor do Parque Nacional de Brasília (Parque da Água Mineral), e Coordenador do Núcleo de Educação Ambiental.
Também foi Coordenador do Projeto de Educação Ambiental da UCB e do Núcleo de Comunicação e Educação Ambiental do Prevfogo (Centro Nacional de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais), entre outros cargos na área ambiental.
Além da grande experiência como professor, Genebaldo Freire atua como consultor independente e já publicou inúmeros livros.

terça-feira, 22 de março de 2011

Saga Da Amazônia

Saga Da Amazônia
Composição: Vital Farias

Era uma vez na Amazônia a mais bonita floresta
mata verde, céu azul, a mais imensa floresta
no fundo d'água as Iaras, caboclo lendas e mágoas
e os rios puxando as águas

Papagaios, periquitos, cuidavam de suas cores
os peixes singrando os rios, curumins cheios de amores
sorria o jurupari, uirapuru, seu porvir
era: fauna, flora, frutos e flores

Toda mata tem caipora para a mata vigiar
veio caipora de fora para a mata definhar
e trouxe dragão-de-ferro, prá comer muita madeira
e trouxe em estilo gigante, prá acabar com a capoeira

Fizeram logo o projeto sem ninguém testemunhar
prá o dragão cortar madeira e toda mata derrubar:
se a floresta meu amigo, tivesse pé prá andar
eu garanto, meu amigo, com o perigo não tinha ficado lá

O que se corta em segundos gasta tempo prá vingar
e o fruto que dá no cacho prá gente se alimentar?
depois tem o passarinho, tem o ninho, tem o ar
igarapé, rio abaixo, tem riacho e esse rio que é um mar

Mas o dragão continua a floresta devorar
e quem habita essa mata, prá onde vai se mudar???
corre índio, seringueiro, preguiça, tamanduá
tartaruga: pé ligeiro, corre-corre tribo dos Kamaiura

No lugar que havia mata, hoje há perseguição
grileiro mata posseiro só prá lhe roubar seu chão
castanheiro, seringueiro já viraram até peão
afora os que já morreram como ave-de-arribação
Zé de Nata tá de prova, naquele lugar tem cova
gente enterrada no chão:

Pos mataram índio que matou grileiro que matou posseiro
disse um castanheiro para um seringueiro que um estrangeiro
roubou seu lugar

Foi então que um violeiro chegando na região
ficou tão penalizado que escreveu essa canção
e talvez, desesperado com tanta devastação
pegou a primeira estrada, sem rumo, sem direção
com os olhos cheios de água, sumiu levando essa mágoa
dentro do seu coração

Aqui termina essa história para gente de valor
prá gente que tem memória, muita crença, muito amor
prá defender o que ainda resta, sem rodeio, sem aresta
era uma vez uma floresta na Linha do Equador...